terça-feira, 8 de abril de 2008

Triste Sonho - 08/04/2008

Voar


Podes me arrancar os olhos
E cortar-me a língua,
Deixando-me sem visão para apreciar o belo
E sem gosto para saborear o doce,
Mas nunca conseguirás me arrancar as minhas asas
E impedir-me de voar.
Não terei visão para me conseguir guiar,
Basta-me apenas seguir o bater do meu coração que ele me guiará.
Não precisarei de língua para gritar,
O bater das minhas asas será o meu grito.
Não diferenciarei a noite do dia,
Mas carregarei a liberdade e a sabedoria nas minhas costas,
Que serão o sol que iluminará o meu caminho
E tornará tudo mais claro que os teus malditos dias cinzentos.
Sei que tentarás me perseguir,
Mas de que te valerá isso se não tens asas?
Ou já as tiveste e deixaste que as arrancassem?
Só eu saberei apreciar o levitar do meu corpo
E o purificar da minha alma,
Enquanto tu apenas rastejarás com as serpentes
E comerás o pó da terra.
Tentaras te lançar a mim e encravar as tuas unhas na minha carne,
Eu não terei como gritar para pedir ajuda,
Mas tenho força e inteligência para me ver livre de ti.
Não me atravessarei no caminho de ninguém,
Apenas seguirei o meu.
Quando me sentir cansado repousarei,
E ganharei forças para poder continuar.
Enquanto tiver coração, alma e sonhos,
Quem me poderá parar?

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Triste Sonho - 07/04/2008

Mar Português


Há que lhe chame fado,
Outros chamam-lhe destino,
Mas o que todos sabemos é que deixa saudade.
Descobrimentos, emigração e também envagelização,
Tudo serviu de pretexto para sair de Portugal.
Por terra, por mar e também por ar,
Desde sempre este povo valente procurou novos destinos.
Jardim à beira mar plantado, chamava Tomás Ribeiro,
Onde nem tudo são rosas,
Mas espalharam o seu perfume em todo o Mundo.
Terra de poetas, aventureiros e guerreiros,
Já foram donos e senhores do Mar,
Tudo indicava o 5º Império, como afirmava Pessoa
Não se concretizou,
Mas onde quer que se vá
Seja Ásia, América ou África
Ouve-se falar a poética língua Portuguesa.
Amados por uns e odiados por outros,
Mais que uma simples nação,
E muito mais que uma simples geração,
Ser português não é apenas ter um número no bilhete de identidade
A nossa identidade é aquela que nos corre nas veias
E faz exaltar o nosso coração quando se fala em Portugal.
Nobre Povo, nação valente,
Não interessa onde se nasceu ou viveu,
Interessa sim a nossa herança de ser português.
Nunca se poderá negar, e nunca ninguém te a poderá tirar,
Mais que um dom é uma virtude,
Poucos têm essa sorte mas muitos o gostariam de ter,
Só existe uma maneira de deixar de ser português,
É deixando a morte te invada a casa,
Mas certamente quem ficará não deixará cair no esquecimento um Português.
Foram tantas as batalhas por nós travadas,
Para levantar o esplendor de Portugal.
E mesmo hoje e amanhã,
Contra os canhões marchar, marchar….

sábado, 5 de abril de 2008

Triste Sonho - 05/04/2008

O bater das asas

Soltem-me as amarras
Elas não são suficientes para me deter,
As minhas asas foram me dadas para poder voar.
Não posso ficar preso ao chão, isso não….
Preciso de espaço para bater as minhas asas,
E ir onde quero ir e ver o que quero ver.
É tudo o que eu quero, e eu quero sempre mais,
Nem o céu será o limite.
O bater das minhas asas acompanha o bater do meu coração.
Aprecio a liberdade, a inteligência
Podem vir os Deuses, demónios e as forças do além
Mas ninguém me conseguirá deter….
Voarei até à minha exaustão
Até ao parar do bater do meu coração.
Aproveitarei cada momento porque é único,
E saborearei o ar fresco do conhecimento e liberdade que me baterá na minha cara.
O dia em que assentarei os pés no chão,
Será o sinal da vinda do meu fim,
Porque já não terei mais forças para voar
E esperarei a morte de cabeça erguida.
Nessa altura terei a certeza que tudo o que passei
E todo o tempo que voei, valeu a pena.
E o meu peito se abrirá e sairá fogo do meu coração
Que iluminará a escuridão das trevas.
E para todo o sempre se saberá que apenas fui eu,
Não porque também errei mas sim porque nunca parei.