quinta-feira, 10 de junho de 2010

Triste Sonho - 10/06/2010

Existência


Sou um vagabundo das letras, um sem-abrigo dos sonhos,

Durmo sobre os meus pensamentos, acordo moribundo

E lavo a cara com as minhas lágrimas.

Estou cansado de contar as estrelas no céu

E de fazer vénia na rua da compreensão humana.

Não sou como gostaria de ser, nem o idealizar de ninguém,

Apenas sou o mais próximo do que gostaria de ser.

Tento caminhar descalço pelas ruas do conhecimento

Acompanhado de um bailado de sombras inanimadas

E carregando dolorosamente a solidão.

Essa mesma solidão que inspira poetas, cria artistas e anima o génio,

Como dizia Henri Lacordaire,

Mas é a mesma que se alimenta da nossa alma,

Que se apodera das nossas entranhas e nos torna pobres de espírito.

As lágrimas que me caem do rosto

Fazem me lembrar o quanto vivo estou

Mas já nem chorar me traz consolo,

E a certo momento uma triste depressão é que me alegra.

Apenas queria ser donos dos meus dias,

Poder ir para onde mora a poesia

E encontrar o significado da minha existência.

Porque há várias formas para definir a nossa frágil existência,

Muitas formas para lhe dar significado,

Mas são as nossas memórias que moldam o seu propósito

E lhe dão significado,

Através de uma selecção privada de imagens e sentimentos

E a partir daí, sozinhos definimos a importância de cada um de nós

Construindo as nossas histórias originais, uma memória de cada vez.


By: Eric Pereira