Hoje a minha vida é um lugar de silêncio,
E eu fecho-me em mim mesmo,
Nesse lugar sem porta de entrada nem de saída.
Apenas sinto o bater do meu coração que é tão intenso e violento,
Que faz jorrar sangue incolor pelos meus olhos que se chamam lágrimas.
Permaneço sentado no chão com a cabeça entre os joelhos.
Cada batida do meu coração inflige uma dor que ocupa cada espaço vazio do meu corpo
Que me limita o respirar como numa gélida manhã de Inverno.
Poderia gritar, esbracejar e golpear a minha carne,
Mas a minha natureza não me permite,
Por isso permaneço num triste e doloroso silêncio
E invejosamente suporto a dor que me sai do peito e parece cuspir fogo.
Queria tanto ter um coração de pedra….
Um coração blindado e impenetrável.
Um coração que não sente e não pensa,
Pois os pensamentos do coração são apenas dúvidas e adivinhas sem resposta.
Apenas estou limitado a um coração de carne,
Um coração que jorra sangue como fosse lava incandescente
E bombeia todo esta amargura a cada milímetro do meu corpo,
Que me leva ao desespero e me tenta levar à loucura.
Fechado num mundo que é só meu
Estrondosamente o meu coração continua a bater sem parar,
E o meu corpo silenciosamente grita de agonia…
Não tenho um coração de pedra,
Apenas tenho um coração,
Um coração que sente, que pensa e tem vida…
Um coração que me faz viver, mas um coração que me faz sofrer…