terça-feira, 30 de outubro de 2007

Triste Sonho - 30/10/2007

Dúvida

Meu coração bate arrebate,
Como um sino anunciando defunto em Outono,
A minha respiração está ofegante,
Sinto os meus pulmões arder.
Estou em sofrimento,
Sinto-me moribundo
Já perdi a noção da dor
Apenas me sinto dormente.
Deixei de saber quem sou e para onde vou,
O que quero e como quero,
Só uma coisa persiste,
A dúvida….
Posso gritar, arrancar os cabelos
Queimar os olhos e cortar a língua
Mas a dúvida mata-me,
Remoí-me os pensamentos
Posso continuar a roer as unhas até não sobrarem mais.
Deixei de saber se a rotação da Terra é para a direita ou para esquerda
Mas sei que o aliviar de uma dúvida, é contrária à lei da Gravidade.
Dúvidas, questões e pontos de interrogações,
Quanto eu queria não ter isto sempre presente,
Tira-me o sono e assim o sonho.
Traz-me sofrimento e tristeza,
Por vezes até me alivia a consciência,
Mas outras vezes não…
“Penso logo existo”, já dizia Descartes
Mas a dúvida condiciona a minha existência.
Duvido para não sentir culpa,
Mas culpo-me por que duvido.
Dúvidas, e mais dúvidas
Nunca mais acabam…
Mais uma dúvida
E mais um ciclo vicioso que me leva a uma roleta russa.
Duvido porque tenho dúvidas,
A dúvida persegue-me
Mas tudo o que me interessa é as respostas…


by: Eric Pereira

domingo, 28 de outubro de 2007

Triste Sonho 28/10/2007

Meia-noite

Noite escura sem luar
Tudo são apenas sombras,
As estrelas brilham timidamente
O pio da coruja quebra o silêncio,
Tudo apenas é sombrio.
Uma maré fresca bate-me na cara
Não consigo ver por onde caminho
Poderia estar alegre
Mas a escuridão entristece-me.
Oiço esvoaçar,
A coruja parece me seguir
Com os seus enormes olhos brilhantes,
Sinto calafrios
Pareço ser uma presa,
Não uma presa da coruja
Apenas sou uma presa do meu próprio destino.
Mas apenas caminho.
O sino bate arrebate
Doze badaladas estrondosas
Fazem-se sentir ao longe
É meia-noite.
Mais um dia que acaba
Um novo dia que começa.
Toda a gente neste momento é alguém
Tudo parece começar de novo.
Meia-noite em noite escura.
Os sinos já não entoam
O silêncio está de volta
E tudo fica como antes.
Apenas eu a escuridão…
Um novo dia começou
Mas a escuridão continua
Fazendo arrastar com ela a minha melancolia.
Só me apetece me arrancar o coração
E senti-lo bater na minha mão
Fazendo desaparecer a melancolia que me corre pelo sangue
Que me faz ofuscar a mente
Cegando-me os olhos
Tornando a noite ainda mais escura
Não sabendo por onde estou caminhando.
Apenas volto a ouvir o pio da coruja,
O esvoaçar dos morcegos
E o vento passando nas árvores.
Não percebo…
Afinal isto tudo apenas é nada,
Porque não interessa o que vejo,
Ou mesmo o que ouço,
Apenas interessa o que sinto,
E o que sinto condiciona-me o que vejo e o que ouço.
Sim, apenas o que sinto…

By: Eric Pereira



quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Triste Sonho - 18/10/2007

Adeus

Por favor, eu te peço
Nunca me digas Adeus.
Palavra apesar de pequena,
É muito pesada para poder suportar.
Adeus significa saudade,
Saudade dos que vão,
Saudade dos que ficam.
Eu não quero ter saudade,
Triste sentimento que me traz amargura e faz sofrer,
Sofrimento é do que menos preciso se me disseres Adeus.
Por isso não me digas Adeus.
O Adeus pode ser eterno,
Eu não suportaria ter saudades eternamente.
Seria uma dor que me atormentaria
E me condenasse a uma morte prematura.
Não, eu não quero sentir esse sentimento
Que é ruim, cruel e devastador.
Moer-me-á até eu não saber o que é sentir.
A minha vida seria uma noite escura sem luar
Onde não conseguiria caminhar.
Assim, se algum dia partires,
Por favor, eu te peço,
Não me digas Adeus.
Podes me dizer apenas “ate já”,
Ou simplesmente não dizer nada
E deixar que o silêncio diga tudo,
Mas por favor não me digas Adeus…

By: Eric Pereira

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

triste Sonho - 04/10/07

Dormir

Fecho os olhos e tudo desaparece,
Apenas fica o sono e o sonho…
A vida lá fora continua, o Mundo não pára,
E eu mantenho os olhos fechados,
Apenas durmo.
Descanso o corpo,
A mente trabalha, e eu ainda respiro.
Os problemas deixam de ser problema
Tudo o que interessa é o sono e o sonho.
Os olhos continuam fechados,
Eu continuo a dormir,
Um sono profundo, ou não…
Mas durmo….
Apenas durmo porque tenho de dormir
Eu não quero dormir mas a Natureza manda me dormir.
O quanto gostava de estar sempre acordado,
Seguindo o Mundo na sua cavalgada em torno do Sol.
Mas tenho de dormir…
Amanha vou acordar, espero acordar
Nada será melhor e nada será pior.
Continua tudo igual,
O Mundo não parou
A vida continua e os problemas também…
Dormi e acordei mas os problemas não desapareceram.
Apenas durmo por dormir,
Mas porque durmo se os problemas continuam?
Porque durmo se apenas o corpo descansa?
A mente não,
Essa continua activa, não pára,
Assim como os problemas não desaparecem…
Sim, eu dormi,
E acordei,
Mas tudo continua igual…


By: Eric Pereira

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Triste Sonho - 03/10/2007

Medo

Tenho medo do medo.
Já vi o medo, e senti medo
Olhos negros sem fundo, assim vi o medo.
O medo entranha-se como a chuva miudinha no nosso corpo
Pior que um tumor que ganha raízes que jamais se pode cortar.
Tenho medo do medo.
Já vi o medo, e não pude fugir
Pior que uma prisão, pior que um exílio,
Com garras fortes que nos prende o corpo e alma.
Esmaga-nos até não existir mais um Eu.
Tenho medo do medo.
Já vi o medo, e quase morri de medo
Pior que a guerra que nos tira a vida o medo leva-nos a alma,
O coração bate forte com o medo, como os tambores na guerra.
Caímos num buraco sem paredes para no agarrar.
Tenho medo do medo.
Já vi o medo, e tive medo
O medo suga-nos a alma e a mente como uma sanguessuga o sangue.
Ficamos vazios, tudo com que ficamos é com medo
Medo até do que não mete medo.
Acordamos no medo e adormecemos no medo.
Tenho medo do medo.
Sim, é isso….
Tenho medo do medo.
O que mais queria era não ter medo.
Mas,
Tenho medo do medo…


by: Eric Pereira