sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Triste sonho - 05/12/2008

Escrevo na escuridão

O sol já se pôs,
O mundo mergulha na escuridão das trevas
Apenas a pequena luz do meu candeeiro rompe a escuridão
Iluminando a melancolia que envolve a minha alma e entristece o meu corpo.
Eu apenas escrevo,
Nada faço para combater a solidão e a dor,
Vou manuseando uma caneta como de uma espada se tratasse
Rabiscando um monte de palavras tolas que ninguém irá ler,
Tentando afastar de mim os maus pensamentos.
Eu não sou artista, muito menos escritor ou poeta
Posso muito bem não ser bom orador,
Mas vou escrevendo discursos silenciosos que apenas eu ouvirei.
Meticulosamente escrevo, como pintasse um quadro de uma linda paisagem
Mas apenas represento por caracteres e sinais gráficos
Uma paisagem triste da minha alma chorando.
A noite já vai alta,
Eu permaneço acordado na escuridão do meu quarto,
Continuo o desabafo da minha vida num pedaço de papel.
A tinta da caneca mistura-se com as lágrimas que me vão caindo,
Produzindo assim palavras vivas e sentidas apesar de tristes.
Já tentei desistir de escrever, mas não consegui
Mais do que simples palavras que saem da ponta da caneta
São sentimentos gritantes que silenciosamente penetram na escuridão da noite.
A noite está a chegar ao fim e os primeiros raios de sol rasgam o céu escuro,
Eu fecho a janela para que este não me invada o quarto
Permanecendo assim na escuridão.
Apenas continuarei a escrever e dormirei sobre as minhas palavras…

by: Eric Pereira

domingo, 30 de novembro de 2008

Triste Sonho - 30/11/2008

Fugir voando


O bater das minhas asas é cada vez mais forte e cada vez mais rápido,
Voo em direcção ao céu deixando para traz o Mundo
Apenas quero estar longe voando assim cada vez mais alto.
Esta fuga está a acabar comigo,
Minhas asas estão feridas e meu corpo cansado,
Mas não vou parar, isso não…
Prefiro morrer tentando alcançar a Lua
Do que pousar meus pés novamente na Terra.
Fujo como um fora da lei,
Apenas para estar longe e intocável e contemplar a solidão.
Tudo isto porque fui fraco e não resisti à tentação
E por momentos pousei os meus pés em terra e deixei que se aproximassem de mim…
Agora a mágoa que transporto no meu coração é maior que o peso do meu corpo,
Ocupando todo ele não deixando espaço para mais nada.
É como tivesse tomado veneno que se espalhou pela minhas veias
E que me irá provocar uma morte lenta e dolorosa.
Continuo a voar,
A Lua está cada vez mais perto
Ela será o meu refúgio, ou mesmo a minha sepultura.
Vou-me aproximando a cada batida das minhas asas,
Brevemente estarei sentado no mar da tranquilidade
Observando o mundo e toda a dor que ele provoca,
E tentando arranjar um truque de magia para fazer desaparecer a minha mágoa.
Enquanto isso não acontece apenas voo e tento sobreviver…
Uma batida seguida de outra e estou a voar,
Com os olhos postos na Lua,
E com os pés cada vez mais longe da Terra…
Fujo voando,
Não deixo rasto, quer de lágrima quer de sangue
Simplesmente procuro o que não encontrei
E tento esquecer o que não queria encontrar...
Sigo o meu caminho,
Combatendo a dor para que ela não me controle.
A lua já esta perto, finalmente...


by: Eric Pereira

sábado, 22 de novembro de 2008

Triste sonho - 22/11/2008

Carpe Diem

Empunho uma pesada espada com uma das mãos,
Na outra seguro um escudo para me defender.
Estou devidamente equipado,
Estou pronto para combater…
Um fio de suor escorre-me pela face,
Sentindo o seu sabor salgado a passar pelos meus lábios.
Meu coração bate ferozmente como uma locomotiva se tratasse
Sinto-me nervoso, estaria a mentir se dissesse o contrário.
Caminho em direcção do campo de batalha
Para mais uma batalha de entre tantas que a vida me reservou.
Nesta lutarei com a mesma garra que lutei em todas as anteriores,
Posso não sair vencedor, acabando ferido no chão…
Mas não desistirei, porque apenas me ajudará em melhorar a combater.
As lutas são tantas que começo a ficar cansado…
Tudo pelo que luto só tem um propósito,
É aproveitar ao máximo cada momento, porque todos eles são únicos
Porque nenhum minuto é igual ao outro,
Nunca na vida um dia poderá ser igual a outro.
Todo este pensamento leva-me à produção de adrenalina,
Fazendo com que eu esteja sempre ao rubro
E que consiga manejar a minha espada com vigor…
Enquanto luto apenas uma ideia me passa pela cabeça,
Aproveitar cada segundo desta luta
Porque esta não voltará a ser igual à próxima.
Luta à luta e a vida vai passando à frente dos meus olhos,
Luto por poder agarrar todos os momentos,
Mas por vezes nem sempre sou capaz
Acabando por deixar passar as oportunidades entre as minhas mãos
Assim por vezes também os sonhos…
A dor desta perda é maior que o atravessar de uma espada afiada pelo peito.
Sempre que poderei lutarei até à exaustão,
Segurarei firme a minha espada e agarrarei todos as oportunidades.
Tentarei viver intensamente seja qual for o momento,
Porque só assim encontrarei o verdadeiro sentido da vida.
Esta luta está no fim e eu ajoelho-me sobre o campo de batalha,
Tenho a cabeça levantada, olhos posto no céu
Minha espada está ensanguentada e cansada de tanto combater,
Mas uma frase escrita na sua lâmina a fogo reluz,
Mais que duas palavras são uma lição…
Carpe Diem.

By: Eric Pereira

sábado, 8 de novembro de 2008

Triste Sonho - 08/11/2008

Fugir

Caminho rastejando os meus pés,

Sinto-me sem forças nem para respirar.

Cai-o sobre os meus joelhos esfolados

O pó entra pelas minhas narinas e tapa-me os olhos.

Não sei de onde venho, nem sequer para onde quero ir

Apenas sei que tento fugir…

Já nem tenho forças para me levantar,

Apenas penso em desistir e esperar ser apanhado.

Mergulho na escuridão das trevas,

Tudo o que respiro é amargura

E sinto um peso enorme sobre o meu peito.

Desfaleço sobre o terra,

Os meus sinais vitais ficam fracos

A toda uma vida passa-me agora pela frente

E reparo em tudo o que perdi,

As oportunidades que não agarrei

E todas as vezes que me desleixei.

Em pouco tempo milhares de pensamentos bombardeiam-me a cabeça,

São tão reais que parece que estão aqui e agora.

Todos este pensamentos parecem ganhar vida,

Dando-me um pequeno impulso para que me possa levantar

Demonstrando que ainda posso não estar no fim.

Uma porta se abre

E uma luz ilumina-me

Sinto a brisa da esperança a tocar-me o rosto.

Tudo isto pode não ser suficiente

Mas dá-me um pouco de forças para continuar a fugir.

A fugir do que nunca devia ter fugido.

Os problemas são como abutres,

Que sobrevoam a nossa cabeça à espera do nosso desfalecer.

Sei que estou sozinho,

Pelo menos pareço estar, mas já nada me importa

Sempre o estive…

Apenas respiro fundo uma última vez,

E limpo as minhas lágrimas.

Olho o pôr-do-sol lá ao fundo,

E continuo a fugir…


By: Eric Pereira

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Triste Sonho - 28/10/2008

Voo

Voo pelo céus,
As minhas asas são do tamanho do mundo
Com elas consigo tapar o sol, fazendo o mundo mergulhar na escuridão.
Voo em direcção a Israel,
Conseguindo fazer entoar os sinos de Jerusalém,
Para que todo o mundo consiga ouvir,
Anunciando a minha chegada…
O bater das minhas asas acompanha o movimento de rotação do mundo,
Conseguindo contrariar a força da gravidade.
Mantendo-me longe do mundo mas de olhos postos nele.
Bem sei que não sou melhor que ninguém,
Muito menos perfeito,
Mas a minha busca incessante pela perfeição,
Vai condicionando os meus defeitos,
Fazendo de mim mais que um observador.
Gostava de carregar os problemas do mundo sobre as minhas asas.
Mas apesar de serem grandes são demasiado pequenas para tamanha responsabilidade.
Assim, os problemas do mundo não pesarão nas minhas asas,
Mas pesarão no meu coração…
O sentimento de inutilidade é mais dolorosa que a fome,
É um bicho que nos come e nos devora.
Há quem diga que os anjos que são almas com asas,
Que buscam o conforto de quem não o tem,
E tiram a dor de quem sofre,
Mas na verdade são seres em que o sofrimento é lume que os consome,
Queimando mais que as chamas do inferno…
Continuo o bater das minhas asas,
Não me escondo de ninguém mas não deixo ninguém se aproximar.
As minhas asas são o meu escudo…

by: Eric Pereira

terça-feira, 15 de julho de 2008

Triste Sonho - 15/07/2008

Solidão

Triste e fria manhã de Novembro,
Uma chuva miúdinha cai sobre o meu rosto,
Misturando-se com as minhas lágrimas que me escorrem sobre a face
Caindo sobre o meu coração gélido.
Caminho pela rua de mãos dadas com a solidão,
Tudo o que vejo são apenas sombras inanimadas
Que parece terem sido congeladas no tempo e no espaço.
Apenas vagueio...
Não vejo por onde ando, nem penso para onde vou
Deixo deslizar o meu corpo, seguindo o fluir do meu sangue.
Não posso parar, isso não
Se o fizer serei mais uma sombra inanimada no meio de tantas outras.
Dou um passo, e a seguir mais outro...
Continuando a ter a solidão como minha fiel companheira
Entrelaçando fortemente os seus dedos nos meus,
Não me deixando escapar.
Passo a passo e a minha caminhada transforma-se num bailado,
Ao som de uma silenciosa sinfonia que apenas eu consigo ouvir,
Fazendo-me rodopiar como um furacão em plena tempestade.
A tristeza invade cada vez mais o meu corpo,
Eu apenas tento-me manter sóbrio.
Vou colocando um pé á frente do outro,
Caminhando assim enquanto tenho forças,
A solidão vai-me acompanhando jornada a jornada,
Sem nunca desertar, mantendo sempre o seu posto firme
Sempre fiel e boa conselheira,
Mas sem força para me ajudar a levantar quando caio,
E sem palavras doces para me consular enquanto choro.
Continuo a caminhar passo a passo,
Com uma mão dada á solidão
E com a outra apertando o meu coração...

by: Eric Pereira

terça-feira, 8 de abril de 2008

Triste Sonho - 08/04/2008

Voar


Podes me arrancar os olhos
E cortar-me a língua,
Deixando-me sem visão para apreciar o belo
E sem gosto para saborear o doce,
Mas nunca conseguirás me arrancar as minhas asas
E impedir-me de voar.
Não terei visão para me conseguir guiar,
Basta-me apenas seguir o bater do meu coração que ele me guiará.
Não precisarei de língua para gritar,
O bater das minhas asas será o meu grito.
Não diferenciarei a noite do dia,
Mas carregarei a liberdade e a sabedoria nas minhas costas,
Que serão o sol que iluminará o meu caminho
E tornará tudo mais claro que os teus malditos dias cinzentos.
Sei que tentarás me perseguir,
Mas de que te valerá isso se não tens asas?
Ou já as tiveste e deixaste que as arrancassem?
Só eu saberei apreciar o levitar do meu corpo
E o purificar da minha alma,
Enquanto tu apenas rastejarás com as serpentes
E comerás o pó da terra.
Tentaras te lançar a mim e encravar as tuas unhas na minha carne,
Eu não terei como gritar para pedir ajuda,
Mas tenho força e inteligência para me ver livre de ti.
Não me atravessarei no caminho de ninguém,
Apenas seguirei o meu.
Quando me sentir cansado repousarei,
E ganharei forças para poder continuar.
Enquanto tiver coração, alma e sonhos,
Quem me poderá parar?

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Triste Sonho - 07/04/2008

Mar Português


Há que lhe chame fado,
Outros chamam-lhe destino,
Mas o que todos sabemos é que deixa saudade.
Descobrimentos, emigração e também envagelização,
Tudo serviu de pretexto para sair de Portugal.
Por terra, por mar e também por ar,
Desde sempre este povo valente procurou novos destinos.
Jardim à beira mar plantado, chamava Tomás Ribeiro,
Onde nem tudo são rosas,
Mas espalharam o seu perfume em todo o Mundo.
Terra de poetas, aventureiros e guerreiros,
Já foram donos e senhores do Mar,
Tudo indicava o 5º Império, como afirmava Pessoa
Não se concretizou,
Mas onde quer que se vá
Seja Ásia, América ou África
Ouve-se falar a poética língua Portuguesa.
Amados por uns e odiados por outros,
Mais que uma simples nação,
E muito mais que uma simples geração,
Ser português não é apenas ter um número no bilhete de identidade
A nossa identidade é aquela que nos corre nas veias
E faz exaltar o nosso coração quando se fala em Portugal.
Nobre Povo, nação valente,
Não interessa onde se nasceu ou viveu,
Interessa sim a nossa herança de ser português.
Nunca se poderá negar, e nunca ninguém te a poderá tirar,
Mais que um dom é uma virtude,
Poucos têm essa sorte mas muitos o gostariam de ter,
Só existe uma maneira de deixar de ser português,
É deixando a morte te invada a casa,
Mas certamente quem ficará não deixará cair no esquecimento um Português.
Foram tantas as batalhas por nós travadas,
Para levantar o esplendor de Portugal.
E mesmo hoje e amanhã,
Contra os canhões marchar, marchar….

sábado, 5 de abril de 2008

Triste Sonho - 05/04/2008

O bater das asas

Soltem-me as amarras
Elas não são suficientes para me deter,
As minhas asas foram me dadas para poder voar.
Não posso ficar preso ao chão, isso não….
Preciso de espaço para bater as minhas asas,
E ir onde quero ir e ver o que quero ver.
É tudo o que eu quero, e eu quero sempre mais,
Nem o céu será o limite.
O bater das minhas asas acompanha o bater do meu coração.
Aprecio a liberdade, a inteligência
Podem vir os Deuses, demónios e as forças do além
Mas ninguém me conseguirá deter….
Voarei até à minha exaustão
Até ao parar do bater do meu coração.
Aproveitarei cada momento porque é único,
E saborearei o ar fresco do conhecimento e liberdade que me baterá na minha cara.
O dia em que assentarei os pés no chão,
Será o sinal da vinda do meu fim,
Porque já não terei mais forças para voar
E esperarei a morte de cabeça erguida.
Nessa altura terei a certeza que tudo o que passei
E todo o tempo que voei, valeu a pena.
E o meu peito se abrirá e sairá fogo do meu coração
Que iluminará a escuridão das trevas.
E para todo o sempre se saberá que apenas fui eu,
Não porque também errei mas sim porque nunca parei.