quarta-feira, 6 de julho de 2011

Triste Sonho - 06/07/2011

Poema da vida

Caminho pelas ruas da poesia,

Sinto os passos da dor caminhando ao meu lado.

Contra o meu peito aperto um punhado de poemas,

Poemas escritos utilizando o meu sangue como tinta

E as minhas lágrimas como inspiração.

Cada palavra escrita é um desabafo gritante de uma alma incompreendida,

Uma alma que é maior que a vida.

Estou cansado...

O tempo teima em passar, cada poema é o cavar da minha sepultura,

Que num dia de Outono ficará coberta de folhas secas,

Tapando o meu nome na lápide.

Porém o meu melhor poema nunca será escrito,

Permanecerá um pouco dele em cada pessoa pela qual na vida delas passei,

Tal como em cada momento que deveras vivi,

Podendo apenas ser lido nas profundezas do meu olhar.

Vou escrevendo, meticulosamente uma palavra a seguir à outra…

Por vezes procurando na loucura a lucidez que a dor desenfreadamente me nega.

Escrevo ao ritmo do pulsar do meu coração,

Num livro que me foi dado no dia que nasci,

Um livro com páginas em branco a que se chama Vida!


by: Eric Pereira

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Triste Sonho - 14/12/2010

Coração de Pedra

Hoje a minha vida é um lugar de silêncio,

E eu fecho-me em mim mesmo,

Nesse lugar sem porta de entrada nem de saída.

Apenas sinto o bater do meu coração que é tão intenso e violento,

Que faz jorrar sangue incolor pelos meus olhos que se chamam lágrimas.

Permaneço sentado no chão com a cabeça entre os joelhos.

Cada batida do meu coração inflige uma dor que ocupa cada espaço vazio do meu corpo

Que me limita o respirar como numa gélida manhã de Inverno.

Poderia gritar, esbracejar e golpear a minha carne,

Mas a minha natureza não me permite,

Por isso permaneço num triste e doloroso silêncio

E invejosamente suporto a dor que me sai do peito e parece cuspir fogo.

Queria tanto ter um coração de pedra….

Um coração blindado e impenetrável.

Um coração que não sente e não pensa,

Pois os pensamentos do coração são apenas dúvidas e adivinhas sem resposta.

Apenas estou limitado a um coração de carne,

Um coração que jorra sangue como fosse lava incandescente

E bombeia todo esta amargura a cada milímetro do meu corpo,

Que me leva ao desespero e me tenta levar à loucura.

Fechado num mundo que é só meu

Estrondosamente o meu coração continua a bater sem parar,

E o meu corpo silenciosamente grita de agonia…

Não tenho um coração de pedra,

Apenas tenho um coração,

Um coração que sente, que pensa e tem vida…

Um coração que me faz viver, mas um coração que me faz sofrer…

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Triste Sonho - 10/06/2010

Existência


Sou um vagabundo das letras, um sem-abrigo dos sonhos,

Durmo sobre os meus pensamentos, acordo moribundo

E lavo a cara com as minhas lágrimas.

Estou cansado de contar as estrelas no céu

E de fazer vénia na rua da compreensão humana.

Não sou como gostaria de ser, nem o idealizar de ninguém,

Apenas sou o mais próximo do que gostaria de ser.

Tento caminhar descalço pelas ruas do conhecimento

Acompanhado de um bailado de sombras inanimadas

E carregando dolorosamente a solidão.

Essa mesma solidão que inspira poetas, cria artistas e anima o génio,

Como dizia Henri Lacordaire,

Mas é a mesma que se alimenta da nossa alma,

Que se apodera das nossas entranhas e nos torna pobres de espírito.

As lágrimas que me caem do rosto

Fazem me lembrar o quanto vivo estou

Mas já nem chorar me traz consolo,

E a certo momento uma triste depressão é que me alegra.

Apenas queria ser donos dos meus dias,

Poder ir para onde mora a poesia

E encontrar o significado da minha existência.

Porque há várias formas para definir a nossa frágil existência,

Muitas formas para lhe dar significado,

Mas são as nossas memórias que moldam o seu propósito

E lhe dão significado,

Através de uma selecção privada de imagens e sentimentos

E a partir daí, sozinhos definimos a importância de cada um de nós

Construindo as nossas histórias originais, uma memória de cada vez.


By: Eric Pereira

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Triste Sonho (Parte II)

Lembranças...

Lembranças…

Conjunto de memórias guardadas na alma,

Sempre à espera de serem recordadas,

Em qualquer parte a qualquer momento.

Pode surgir com um cheiro, uma palavra ou uma música,

Emergindo do fundo do nosso peito

Ocupando toda a nossa mente

E fazendo exaltar uma mistura de sentimentos,

Que por vezes entranha-se no nosso sangue

E nos faz parar o coração

Porque por momentos pensamos que tudo poderia ter sido diferente.

Lembranças…

Por vezes são como punhais que nos corta a carne,

Ferindo os sentimentos e levando-nos à loucura,

Limitando o nosso bem-estar momentano.

Apontando sucessivamente os nossos erros,

Lembrando-nos o quanto imperfeito somos.

Tal como um problema matemático,

As lembranças podem ser calculadas usando várias derivadas,

Assim como “SE’s” ao quadrado e Algoritmos

Segundo os factores tempo e espaço,

Demonstrando-nos vários resultados que poderiamos ter obtido,

Apenas acertando em pequenas decisões,

E as lembranças poderiam ser muito mais que uma ideia abstracta do passado,

E seriam agradáveis realidades do presente.

Lembranças…

São tantas e tamanhas e ninguém nos pode arrancá-las…

As lembranças vencem a morte e tentam confortar a ausência…

O tempo passa, e o presente vai-se transformando em passado

E tudo o que nos restará sâo as… Lembranças

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Triste sonho - 05/12/2008

Escrevo na escuridão

O sol já se pôs,
O mundo mergulha na escuridão das trevas
Apenas a pequena luz do meu candeeiro rompe a escuridão
Iluminando a melancolia que envolve a minha alma e entristece o meu corpo.
Eu apenas escrevo,
Nada faço para combater a solidão e a dor,
Vou manuseando uma caneta como de uma espada se tratasse
Rabiscando um monte de palavras tolas que ninguém irá ler,
Tentando afastar de mim os maus pensamentos.
Eu não sou artista, muito menos escritor ou poeta
Posso muito bem não ser bom orador,
Mas vou escrevendo discursos silenciosos que apenas eu ouvirei.
Meticulosamente escrevo, como pintasse um quadro de uma linda paisagem
Mas apenas represento por caracteres e sinais gráficos
Uma paisagem triste da minha alma chorando.
A noite já vai alta,
Eu permaneço acordado na escuridão do meu quarto,
Continuo o desabafo da minha vida num pedaço de papel.
A tinta da caneca mistura-se com as lágrimas que me vão caindo,
Produzindo assim palavras vivas e sentidas apesar de tristes.
Já tentei desistir de escrever, mas não consegui
Mais do que simples palavras que saem da ponta da caneta
São sentimentos gritantes que silenciosamente penetram na escuridão da noite.
A noite está a chegar ao fim e os primeiros raios de sol rasgam o céu escuro,
Eu fecho a janela para que este não me invada o quarto
Permanecendo assim na escuridão.
Apenas continuarei a escrever e dormirei sobre as minhas palavras…

by: Eric Pereira

domingo, 30 de novembro de 2008

Triste Sonho - 30/11/2008

Fugir voando


O bater das minhas asas é cada vez mais forte e cada vez mais rápido,
Voo em direcção ao céu deixando para traz o Mundo
Apenas quero estar longe voando assim cada vez mais alto.
Esta fuga está a acabar comigo,
Minhas asas estão feridas e meu corpo cansado,
Mas não vou parar, isso não…
Prefiro morrer tentando alcançar a Lua
Do que pousar meus pés novamente na Terra.
Fujo como um fora da lei,
Apenas para estar longe e intocável e contemplar a solidão.
Tudo isto porque fui fraco e não resisti à tentação
E por momentos pousei os meus pés em terra e deixei que se aproximassem de mim…
Agora a mágoa que transporto no meu coração é maior que o peso do meu corpo,
Ocupando todo ele não deixando espaço para mais nada.
É como tivesse tomado veneno que se espalhou pela minhas veias
E que me irá provocar uma morte lenta e dolorosa.
Continuo a voar,
A Lua está cada vez mais perto
Ela será o meu refúgio, ou mesmo a minha sepultura.
Vou-me aproximando a cada batida das minhas asas,
Brevemente estarei sentado no mar da tranquilidade
Observando o mundo e toda a dor que ele provoca,
E tentando arranjar um truque de magia para fazer desaparecer a minha mágoa.
Enquanto isso não acontece apenas voo e tento sobreviver…
Uma batida seguida de outra e estou a voar,
Com os olhos postos na Lua,
E com os pés cada vez mais longe da Terra…
Fujo voando,
Não deixo rasto, quer de lágrima quer de sangue
Simplesmente procuro o que não encontrei
E tento esquecer o que não queria encontrar...
Sigo o meu caminho,
Combatendo a dor para que ela não me controle.
A lua já esta perto, finalmente...


by: Eric Pereira

sábado, 22 de novembro de 2008

Triste sonho - 22/11/2008

Carpe Diem

Empunho uma pesada espada com uma das mãos,
Na outra seguro um escudo para me defender.
Estou devidamente equipado,
Estou pronto para combater…
Um fio de suor escorre-me pela face,
Sentindo o seu sabor salgado a passar pelos meus lábios.
Meu coração bate ferozmente como uma locomotiva se tratasse
Sinto-me nervoso, estaria a mentir se dissesse o contrário.
Caminho em direcção do campo de batalha
Para mais uma batalha de entre tantas que a vida me reservou.
Nesta lutarei com a mesma garra que lutei em todas as anteriores,
Posso não sair vencedor, acabando ferido no chão…
Mas não desistirei, porque apenas me ajudará em melhorar a combater.
As lutas são tantas que começo a ficar cansado…
Tudo pelo que luto só tem um propósito,
É aproveitar ao máximo cada momento, porque todos eles são únicos
Porque nenhum minuto é igual ao outro,
Nunca na vida um dia poderá ser igual a outro.
Todo este pensamento leva-me à produção de adrenalina,
Fazendo com que eu esteja sempre ao rubro
E que consiga manejar a minha espada com vigor…
Enquanto luto apenas uma ideia me passa pela cabeça,
Aproveitar cada segundo desta luta
Porque esta não voltará a ser igual à próxima.
Luta à luta e a vida vai passando à frente dos meus olhos,
Luto por poder agarrar todos os momentos,
Mas por vezes nem sempre sou capaz
Acabando por deixar passar as oportunidades entre as minhas mãos
Assim por vezes também os sonhos…
A dor desta perda é maior que o atravessar de uma espada afiada pelo peito.
Sempre que poderei lutarei até à exaustão,
Segurarei firme a minha espada e agarrarei todos as oportunidades.
Tentarei viver intensamente seja qual for o momento,
Porque só assim encontrarei o verdadeiro sentido da vida.
Esta luta está no fim e eu ajoelho-me sobre o campo de batalha,
Tenho a cabeça levantada, olhos posto no céu
Minha espada está ensanguentada e cansada de tanto combater,
Mas uma frase escrita na sua lâmina a fogo reluz,
Mais que duas palavras são uma lição…
Carpe Diem.

By: Eric Pereira